Todo mundo que me conhece (bem, quase todo mundo) já me escutou pelo menos uma vez falando “toma chá de gengibre”... Acho que até já estão cansados de ouvir, mas é que desde que eu descobri esse truque, faço questão de passar para frente.
Tenho um professor na yoga que às vezes se empolga um pouco e acabo ficando com alguma dorzinha aqui e outra lá. Quando eu comentei com ele sobre as dores, ele me deu o sábio conselho: “toma chá de gengibre” e desde então, sigo à risca.
Muito utilizado na culinária oriental, o gengibre tem inúmeras propriedades benéficas. Pra começar é um potente anti-inflamatório natural e ajuda nesses momentos dolorosos.
Vamos esclarecer desde já. Refiro-me à raiz do gengibre. Essas que a gente encontra no supermercado, na feira, em qualquer lugar. Não conheço pó de gengibre, extrato de gengibre ou qualquer outra forma de apresentação que não essa natural. Nem recomendo a utilização de outras partes da planta que não a raiz, a menos que você saiba o que está fazendo.
Para fazer o chá é só colocar uns pedacinhos do gengibre em uma leiteira ou panelinha com água e deixar ferver por alguns minutos (mais ou menos uns 5 minutos). Passando esse tempo, desligue o fogo e tampe a panela e deixe mais uns 5 minutinhos. Você decide se tira a casca ou não. Vai de gosto ou do tamanho da preguiça. Mas cuidado: é bom não abusar. Não saia por aí tomando litros de chá de gengibre o dia todo. Vá aos poucos e conheça seus limites. Também dê uma olhada nos componentes para ver se você não tem alergia à nenhum deles, ok?
Atenção especial para as grávidas. Se você está grávida, o gengibre pode ser um importante aliado nos enjôos, mas consulte seu médico sobre a conveniência de utilizar ou não este recurso. E lembre-se: cuide-se e respeite-se. Comece aos poucos.
Vamos para a ficha técnica.
Nome comum: Gengibre
Nome científico: zingiber officinale
Habitat natural: sul da Ásia, mas atualmente cultivado em muitas regiões.
Componentes:
Ácidos: alfalinoleico, linoléico, ascórbico, aspártico, cáprico, caprílico, gadoleico, glutamínico, mirístico, oléico, oxálico (raiz).
Componentes da raiz: shoagoles, gingerol e fibra
Óleos essenciais: citral, citronela, limoneno, canfeno, beta-bisolobeno, beta-cariofileno, beta-bisabolo, alfa-farneseno, alfa-cadineno, alfa-cadinol, beta-felandreno, beta-pineno, beta-sesquifelandreno, gama-eudesmol.
Minerais: alumínio, boro, cromo, cobalto, manganésio, fósforo, silício e zinco.
Propriedades medicinais:
- Tradicionalmente utilizado para tratar distúrbios digestivos. Ele aumenta a produção de enzimas que favorecem a digestão.
- Náuseas: a ingestão de gengibre também é muito eficaz contra as náuseas causadas por diversas situações.
- Ajuda a evitar as úlceras. O gengibre tem poder antibactericida, principalmente no combate à Heliobacter pylori e na capacidade de neutralização do excesso de suco gástrico que pode ter sido produzido pelo nosso organismo.
- Diarréia. Por sua propriedade antibactericida, o gengibre atua contra bactérias como a E. coli responsável pela maioria dos casos de diarréia.
- Favorece a circulação sanguínea e ajuda a diminuir os níveis de colesterol.
- É ótimo contra os sintomas da gripe, resfriado e sinusite.
- Bom anti-inflamatório e analgésico. Incorporar o gengibre na rotina alimentar ou nos seus chás. Indicado também para pessoas com problemas de artrites e artroses.
Contra-indicações e ressalvas
- Não abusar nas doses diárias.
- O gengibre pode interagir com alguns medicamentos anti-coagulantes ou pode interferir com a absorção do ferro. Caso esteja tomando algum medicamento, consulte seu médico.
Com tantas propriedades benéficas, não dá para ignorar um recurso tão rico que a natureza nos proporciona.
Além do que, nada melhor do que um chazinho bem acompanhado (de um amor ou de um biscoitinho mesmo).
Até mais.
Cris.
(fonte dos componentes, propriedades e contra-indicações: http://www.botanical-online.com/medicinalsgengibre.htm)